26 dezembro 2011

Procura-se



O quarto sombrio nada combinava com a casa suntuosamente iluminada. O garoto ali presente andava de um lado para o outro, movendo as mãos de forma extremamente nervosa, balançando a cabeça de um lado para o outro, punindo-se violentamente.
 Precisa encontrar a chave, precisa.   Dizia, em alto e bom tom, inúmeras vezes. Falava sobre a chave, e inundava-se de ódio ao falar de si, e tamanha idiotice que o fez perder a tão desejada chave. Não parava de andar. Procurava aqui, ou ali, e simplesmente não a encontrava. Conversava, consigo mesmo, esclarecendo o quão importante era encontrá-la. E não sentia-se sozinho, assim como qualquer um que adentrasse o quarto afirmaria que ele estava. Tinha companhia. E questionava, a quem o acompanhava, onde estava a maldita chave, e o que fizera para perdê-la de vista. Estava a tempo demais pensando na chave, e batia em sua própria cabeça,  à fim de lembrar-se onde a mesma poderia estar. Não importava o quanto ele torturasse a si. Não conseguia encontrá-la, por mais que vasculhasse seu quarto    ou até mesmo a casa na qual morava    incontáveis vezes. Mas tinha certeza que dali, ela não havia saído. E procurou novamente em todo o seu quarto, não encontrando-a, assim como esperado. Quem disse que a esperança é a última que morre? A tempo havia morrido, e mesmo assim, mais por teimosia do que por esperança, continuava a procurar pela chave. Chave, maldita chave, duvidava que nem o próprio Deus sabia onde se encontrava. Foi quando começou a ouvir ruídos em sua mente. Já estava cansado, enfim, de tanto procurar e nada achar. Os ruídos tornaram-se muito mais audíveis, e ele jurou que alguém tinha dito algo a ele.
 Não irá encontrar a chave, John, não adianta o quanto procure.   A voz disse, e nervoso, ele esmurrou a escrivaninha a sua frente.
 É claro que vou encontrar. Quem é você? Onde está? Não sabe nada sobre mim, nem o que estou procurando.   Sentia-se idiota, é verdade. Mas se alguém desconfiava de sua capacidade de encontrar qualquer coisa que fosse, ele desafiaria.
 Não adianta. Pare de ser idiota por apenas um minuto e pense. Quem mais além de você poderia esquecer da própria chave? Não lembra nem ao menos o que a chave abrirá.   Pensou um pouco. Ainda andava desesperado de um lado para o outro. A voz em sua cabeça agora parecia sorrir. Uma voz, sorrir. Nada disso realmente o agradava.    É claro que não encontrará a chave John. O que diabos você estava pensando quando engoliu-a? Que poderia tirá-la de dentro de si? E agora, de uma hora para outra, entregar a alguém? Você mesmo implorou por isso, John. Queria tanto trancar seu coração, e acabou conseguindo. Sabe que a chave está dentro de você. E não importa o quanto você queira, não irá conseguir encontrá-la e entregá-la a quem quer que seja. Está acabado. Não implore, chore, ou o que for. Nada irá trazer a chave de volta a você. Não gaste seu tempo com isso, está avisado. – Dito, e certo. Assim, nada o fez.

5 comentários:

  1. perturbador rsrsrs
    seguindo seu blog se possivel me siga tbm ;)
    sucesso !!!!!!!!!!!

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  2. que texto...imaginei o quarto...o cenário...da leitura...muito bom...

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  3. Eu já te disse diversas vezes que és perfeita, não é mesmo? mas sabe .. não me canso de repetir isso. A cada vez você me impressiona mais. Quando penso que vou achar um defeito seu, lá vem você faz um texto desse. Sabe,você tem um defeito, um único defeito. De não se aceitar, assim desse jeitinho, perfeita. Linda, inteligente, simpática, escreve super bem,se eu for ficar descrevendo tudo que você é, ficarei aqui a noite inteira .. eu já disse que você é linda Laís? rs. Sei lá, as vezes acho que se falar isso varias e varias vezes, você vai aceitar. E eu não te engrandeço, eu apenas te digo o que mereces ouvir, e outra coisa, eu nunca minto, bom .. pelo menos, não pra você, né? enfim.. eu te amo, ok?

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  4. Perfeito *-* adoramos o seu blog viu flor? estamos seguindo! se quiser,da uma passa aqui no nosso.bjks :]

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