23 dezembro 2011

Pequeno diálogo, história incomum



– Não sou igual às outras pessoas. Preciso ter algo que elas não podem me dar espontaneamente.
– O que?  Do que você está falando? – Ele perguntou, olhando-a atentamente.
– Consegue lembrar-se da ligação que ouvira há algum tempo atrás? – questionou-o, sorridente. Ele assentiu, e ela continuou, com um brilho no olhar. – Digamos que tenho algo a ver com a morte do Travis. Não que eu o quisesse morto. Mas eu precisava sentir o gosto da adrenalina que corria em seu sangue.
Ele parou de respirar por um instante. Suas mãos tremiam tanto quanto seus lábios ao tentarem emitir sons. O peso do silêncio que se estabelecera no ar era algo que o acalmava. Ela parecia se divertir, ao observá-lo, pensativo.
–Por acaso você é alguma criatura sobrenatural? – ele finalmente questionou, gaguejando, fazendo-a rir imediatamente.
– Claro que não, de onde tirou essa idéia? Sou apenas diferente. Apenas isso.
E com um pequeno sorriso no canto dos lábios, ela fez dele, seu mais novo brinquedo. Os jornais, no dia seguinte, espalhariam a notícia por toda a cidade. Na verdade, ele não passara de mais um cadáver.

Um comentário:

  1. Nossa, adorei!
    Me lembrou a saga Crepúsculo e Garota Infernal.

    Baiana, canceriana, poeta.... Essas coisas coincidem comigo. É um prazer encontrar uma conterrânea aqui :)

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